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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Da Redação: As pérolas da padronização visual

Fala srs. que visitam este humilde espaço


Hoje, no primeiro editorial, vamos falar a cerca de uma coisa que está levando à loucura de muitas pessoas. A tão discutida padronização visual dos ônibus cariocas. Na internet, a comunidade busóloga do Rio de Janeiro está muito dividida, entre 3 grupos: Os favoráveis, os contra e os indefinidos. Mas tem uma coisa que tem no grupo dos contra a padronização. Os anti-padronização fanáticos. Hoje, nesse editorial, vamos citar algumas dessas pérolas, que na boa, não querem aceitar a padronização sob a alegação que as pinturas são a marca registrada nos transportes e que a padronização vai gerar caos.

2 usuários entrarão aqui neste editorial (por ter as melhores pérolas, as mais apimentadas), que por medida de segurança, não terão seus nomes divulgados.

O primeiro usuário, da Comunidade do orkut: soltou as seguintes pérolas (são muitas, mas escolherei as principais)

"NO DIA 30 VAMOS SAIR DE PRETO NA RUA E PROTESTAR"
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"Não está em julgamento aqui a importância. Cada coisa tem importância diferente para cada pessoa.
Para mim em particular é mais importante que muita coisa, mas se para você não é, tudo bem.
Mas a questão não é a importância pois isso é relativo a questão é a ARBITRARIEDADE do prefeito. O mesmo prefeito que está PRIVATIZANDO A SAÚDE PÚBLICA, Que fez um CAOS no metrô.
Um prefeito que para se eleger usou de artifícios sujos chamando seu oponente Fernando Gabeira de bicha e maconheiro, tramou com o governador Sergio Cabral um feriado de ultima hora pra incentivar as pessoas a viajarem em vez de votar no segundo turno.
Sinceramente, a pintura do ônibus pode não ser importante mas demonstra o grau de arbitrariedade desse tal de Eduardo Paes que destoa completamente de um sistema democrático.
Além disso ele chegou a permitir que os consórcios paulistas entrassem no jogo para dominar nossas linhas, mas por sorte os consorcios cariocas venceram. mas isso é tudo um esquema de ENTREGAR o RIO ao IMPERIALISMO paulistano.

É tudo uma vergonha, se não pararmos esse prefeito LOGO vamos sofrer cada vez mais. Collor sofreu impeachment por muito menos do que os escandalos que o Eduardo Paes ja se envolveu ao logo de toda vida política dele. "

Eu só achei essas pérolas... Enfim

O 2º usuário soltou umas pérolas que de tão pesadas, podem ser consideradas um fanatismo agudo. Vamos a elas:

"Os busólogos que passaram a defender a padronização visual dos ônibus do Rio de Janeiro adotam, mesmo sem saber, o mesmo jogo da mídia golpista, como é conhecida a mídia direitista composta por Globo, Folha e Abril e que apoia o presidenciável do PSDB, José Serra.

Alguns falam em "liberdade de opinião" na esperança de fazer prevalecer seus pontos de vista, apesar do pretexto de "poderem pensar o que quiserem". É a mesma alegação de "liberdade de imprensa" da mídia golpista, porque é a defesa de uma visão que favorece os detentores de poder.

Na prática, porém, essa "liberdade" é uma forma de desqualificar as visões que, discordantes daquela dos donos de poder, se expressam contra o modelo de transporte coletivo por trás de medidas como a padronização visual."
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"Direita, volver! Foram divulgadas as pinturas do visual padronizado que transformará os ônibus cariocas em ônibus fardados. 

É muito duro, doloroso, triste, mas temos que divulgar para informar quem puder entender todo esse esquema. 

Porque o chamado "povão" não vai entender mesmo, e essa que é a maior demanda do transporte coletivo, que mal consegue ler uma bula de remédio, terá que ter um raciocínio matemático só para pegar um ônibus. 

Se estiver no ponto de ônibus e conseguir ver o veículo chegando de frente, ainda dá para identificar o número da linha, isso se o letreiro digital não pifar. Mas, para quem está longe do ponto de ônibus e quer alcançar o ônibus desejado, a confusão será inevitável, com toda a campanha de divulgação que houver. 

Apesar da badalação do projeto pelas autoridades e pelos tecnocratas, ele tem prazo de validade: FINAL DAS OLIMPÍADAS DE 2016. Isso significa que, se o sistema perdurar depois disso, o colapso do sistema de transporte carioca será irreversível. Porque o que está por trás desse visual padronizado é uma lógica de concentração de poder do Estado, com financiamentos da iniciativa privada, modelo que já se desgasta em cidades como São Paulo e Curitiba. "
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"Esse ônibus que, dizem, é da Real Auto Ô..., quer dizer, da Litoral Rio Transportes, é a terceira amostra da maligna padronização visual que o ultraconservador prefeito Eduardo Paes divulga para nós, indefesos busólogos. Mas há quem goste do visual e do esquema, sobretudo certos busólogos que devem ter feito um desjejum bacana bancado pelos barões da Fetranspor.

Na verdade, não passa de um mero ônibus da Viação Cidade do Rio de Janeiro, paraestatal carioca, sustentado pela sócia Litoral Rio, reduzida a mera oficina-tesoureira, e, visualmente, fará qualquer um que se interesse a ir ao bairro do Leblon, por exemplo, fazer um turismo surpresa para Curicica. Ah, mas não posso falar isso para certos "busólogos profissionais" porque eles, que reconhecem um chassis de ônibus com os olhos e ouvidos tapados, são capazes de reconhecer uma linha até no uni-duni-tê.

E aí, adeptos da padronização visual, como foi esse café da manhã da Fetranspor? Digam para todos nós, para saber se teve bolo, sucos de frutas, manga cortadinha e coisa e tal?"

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"Infelizmente, já fotografaram um carro da Matias sendo pintado com a nova, temida e horrenda pintura padronizada, imposta pelo Eduardo Paes, o Führer. De acordo com a área, a cor (imperceptível vista de lado - quem vai prestar atenção em setas?) será verde. O que não adianta nada, pois o seu verdadeiro verde da empresa foi "desmatado" (inclusive contra a vontade da mesma, que se posicionou contra a padronização). 

Repararam que na Matias, a pintura será idêntica (com diferenças perceptíveis, mas insignificantes) à estampa escolhida para a frota de Goiânia e pasmem: na mesma carroceria CAIO Apache Vip II. 

Que falta de criatividade, hein, Senhor Paes! "
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"A arbitrária medida de padronização visual faz sua segunda vítima: a Rodoviária A. Matias. 

A empresa agora desaparecerá dos nossos olhos, perdendo sua identidade e sendo confundível com a Viação Verdun e a Transportes Vila Isabel. Até as setas de acesso nas portas foram feitas mais para enfeite, visualmente não estão claras para o cidadão comum. 

O que significa que os passageiros poderão confundir, dependendo de onde se situem, a linha 232 com a 222 da Vila Isabel e a 238 da Verdun, a linha 606 com a 607 da Viação Acari, e por aí em diante. 

O verde, pelo menos, não ficará só na nossa memória, afinal, o grande consolo é que, das cidades que adotam a padronização visual, o Rio de Janeiro é a que tem maior acervo, na Internet, relacionado aos tempos em que tinha diversidade visual. 

Uma coisa é certa: o projeto de padronização visual imposto por Eduardo Paes está fadado, irreversivelmente, ao fracasso. Mas é preciso que ele aconteça para que os erros sejam mais conhecidos pela opinião pública. "

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"Diante do projeto arbitrário do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes em fardar os ônibus, como medida para seu projeto tecnocrático para o transporte coletivo, a reação torna-se necessária.

Eu mesmo fiz uma petição pela Internet que se dá neste endereço:
[...]

Muitas das petições deram resultado, porque a adesão foi grande e expressiva. Por isso todos que leem este texto estão convidados a participar, porque o que está em jogo não é apenas a beleza estética dos ônibus, mas o risco que os passageiros do Grande Rio terão para pegar os ônibus errados, principalmente a população pobre.

Vale lembrar que o risco de pegar ônibus errados, neste caso, pode trazer até consequências trágicas.

Por isso, não custa dedicar uns pouquíssimos minutos para assinar a petição. A lista de comentários é requerida. Quem não quiser comentar muito, escreva apenas "Eu apoio". "
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"Está no tópico da comunidade BUSÓLOGOS RJ do Orkut. Estão multiplicando as adesões de última hora ou os coniventes de véspera, que, estranhamente, não se manifestaram a favor à padronização visual dos ônibus do Rio de Janeiro quando o plano estava apenas no papel.

Muito estranhas, essas adesões, não dá para dizer que os caras aderiram agora porque "entendem melhor o sistema" porque essa desculpa não faz sentido.

Até porque há esclarecimentos sólidos sobre os malefícios da padronização visual - que, sabemos, é apenas uma expressão visual do poder concentrado da Secretaria Municipal de Transportes, dentro de um modelo tecnocrático de transporte coletivo.

[...]

O pessoal só vai pegar o ônibus certo quando estiver no ponto e ver o veículo logo de frente, com a bandeira digital brilhando. Mas não poderá mais reconhecer o ônibus de longe. Os argumentos contra a padronização visual dos ônibus cariocas são de uma relevância técnica bem maior do que a dos tecnocratas do transporte que defendem a medida. Essa é a verdade.

Mas nada como um café da manhã, distribuído gratuitamente para busólogos pelos barões da Fetranspor, para mudar a opinião dessa turma de consciência frágil..."
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"É o caso de certos busólogos pelegos, que não tiveram a coragem de assumir que são favoráveis à padronização visual dos ônibus do Rio de Janeiro quando ela foi anunciada pela primeira vez, e, só agora, decidem ser favoráveis.

Sem apresentar uma justificativa convincente - além do fato da adesão tardia ser estranha, porque nenhuma nova alegação foi feita em prol da arbitrária medida do prefeito carioca Eduardo Paes - , os partidários dos ônibus visualmente iguaizinhos xingam os opositores de "infantis", demonstrando total falta de objetividade ao lidar com discordantes, à semelhança que vemos no caso de José Serra e de veículos como Veja e Folha de São Paulo.

Primeiro, porque os verdadeiros infantis são os partidários da padronização visual. E não só eles, mas os defensores do sistema de "pool" (duas ou mais empresas servindo uma mesma linha de ônibus), estes independente de serem contra ou a favor da padronização visual.

VISUAL PADRONIZADO TEM MENOS A VER COM ESTÉTICA, E MAIS COM PROPAGANDA DO PODER POLÍTICO

Os defensores da padronização visual ignoram que essa medida, longe de representar salvação ou ameaça estética, conforme o ponto de vista apresentado, na verdade é apenas uma representação de uma lógica de transporte coletivo cujo poder é concentrado na Secretaria de Transportes, municipal ou metropolitana, que usa o visual padronizado como propaganda de seu poder.

Em outras palavras, a identidade visual não é mais por conta das empresas de ônibus, mas sim da Secretaria de Transporte, o visual padronizado é a afirmação desse poder, que os partidários da padronização visual definem como "técnico", mas que, na verdade e na prática, não é mais do que um poder político, de uma prepotência mesmo.

Por isso é infantil acreditar que a pintura padronizada é apenas um recurso estético, porque é bonitinho que a Real Auto Ônibus e a Empresa de Transportes Braso Lisboa, por exemplo, tenham a mesma cor, ou porque a Secretaria de Transportes vai mesmo reorganizar e disciplinar o transporte coletivo carioca.

Esse raciocínio é exatamente o mesmo que se fazia quando o golpe militar de 1964 foi instaurado. Naquela época, também se condenava a diversidade de opiniões, porque elas causavam bagunça.

Éramos considerados "infantis" porque pedíamos reforma agrária, aumentos salariais, ensino público de qualidade, atendimento médico gratuito e eficaz. E, da mesma forma que Eduardo Paes acha "feia" a diversidade visual dos ônibus cariocas, defensores do golpe militar de 1964 (só para citar alguns, como o general Golbery do Couto e Silva, o empresário Roberto Marinho e o político Antônio Carlos Magalhães) achavam "muito feio" que o povo pobre falasse sobre política nas mesas de bar.

No sistema de "pool", a visão infantil se dá pela obsessão de pessoas que acham bonito uma linha de ônibus servida por mais de uma empresa. Não existe um só argumento técnico convincente e coerente que viabilize esse esquema, sempre defendido com meias-verdades que, na fragilidade dos argumentos, se transformam em desaforos e xingações.

E, sabemos, que, na Internet, alguns defensores do esquema de "pool", na verdade, são pessoas ligadas a empresários de ônibus que usam o referido esquema para aumentar o poder "pelas beiradas", pelas mordidinhas. A empresa tem participação parcial numa linha de ônibus, pede empréstimos superfaturados, e aumenta seu poder pouco a pouco, quando um dia ela exerce seu oligopólio sem que viva alma perceba.

Da mesma forma, os defensores da padronização visual também são ligados aos interesses empresariais que, dispensados de controlar de forma responsável as linhas de ônibus - eles se limitam apenas a investir na manutenção da frota e no seu sustento financeiro - , aumentam seu poder político junto aos secretários de transporte e prefeitos, criando uma oligarquia político-empresarial que manipulará o jogo eleitoreiro e poderá fazer medidas como derrubar casas populares e prédios históricos para construir pistas exclusivas ou viadutos (aqui com a clara aliança das elites empreiteiras).

Esses defensores do "pool" e da padronização visual são tão infantis que, no fundo, não são mais do que defensores das causas que interessam aos seus padrinhos. Ou melhor, dindinhos, numa linguagem mais próxima a essa garotada."
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"Parece que o troca-troca de áreas entre as empresas do município do RJ, graças a nova licitação tem se tornado um hobby substituto à admiração de pinturas, encerrada com a padronização visual imposta pelo (im)prefeito.

Gente, parem com isso! Não fiquem se perguntando quem se fundiu, quem acabou, quem ficou com tal linha ou não. Não vai dar para perceber nada mesmo, já que todas terão a mesma cara!

A partir de 06/11/2010, semana de finados, só existirá uma única empresa de fato, na capital fluminense: a "Viação Cidade do Rio de Janeiro"."

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"Mais uma vítima apunhalada pelo cruel ditador Eduardo Paes (que segundo fontes seguras é tucano de carteirinha, mesmo sendo obrigado a apoiar Dilma por causa de seu partido, o PMDB).

Mesmo tendo vindo com Spectrum City alongado (adoro Cities longos), odiei ter vindo com a pintura padronizada. Imagine como esse carro ficaria lindo com a estampa tradicional da Andorinha."

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"Mais uma vitima atingida pela foice implacável da temida padonização imposta pelo prefeito mão-de-ferro Eduardo Paes. Desta vez é a Gire (ex-Erig). Triste saber que oa bela estampa de caramelo (uma das mais belas na minha opinião) vai desaparecer da frota municipal.

Como consolo temos a Fábios, que circula na Cidade Maravilhosa. Isso se não tiverem a insanidade de aplicar a padonização na frota metropolitana. Aí vai ser o caos!"

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"Eduardo Paes escolheu bem a proximidade com o Dia de Finados para pôr em prática a nefasta padronização da frota carioca, que pode gerar muita confusão durante sua vigência.

Definitivamente é a morte do sistema de ônibus da Cidade Maravilhosa, que ficará menos maravilhosa com esta padronização"
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"A empresa ninguém sabe. Dizem que é uma tal de Fudidos Embrominense. Mas não dá para perceber por causa da pintura, que é igualzinha as de outras empresas. O consórcio é o Interbosta, que serve as áreas de Merda, Raio que o Parta, PQP, Fundo do Poço e Direto pro Ralo. A linha em questão é a "666 não chateia" que liga Lugar Nenhum (da área Intercú) a Fundo do Poço, passando pelo Raio que o Parta.


É uma linha com destino interessante, certamente para onde irá esse sistema monocórdico e corrupto do novo sistema de ônibus do Rio. A pintura é uma só, mas as caras são muitas.."
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Enfim, leiam estas citações e vejam quanto fanatismo que este cara tem. Ainda tem a audácia de citar o prefeito como führer, um termo claramente nazista e que pode dar CADEIA!

A opinião geral do editor: Continuo sendo contra, mas vamos ter que aceitar a padronização. É uma coisa irreversível e sem volta. Por isso que busólogo não consegue ter boa fita aqui no RJ!

Valeu!
Até qualquer hora!

Texto: Gabriel Petersen Gomes

3 comentários:

  1. Fiquei triste ao saber que o Rio iria ganhar pintura padronizada. Mas... Não fiquei com ódio extremo e tomar atitudes estapafúrdas.

    Ainda não encaixou na cabeça dessas pessoas o seguinte:

    O SISTEMA DE TRANSPORTE POR ÔNIBUS DO RIO DE JANEIRO ESTÁ PASSANDO PELA MAIOR TRANSFORMAÇÃO EM 50 ANOS. Não dá para continuar com um sistema que foi criado em 1962.

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  2. Fala serio, tem outra que essa eu gostei muito, ( se padronizar, vou largar o hobby.... ) fala serio. alguem deixou de ser flamengo por conta daquele uniforme ridiculo de 4 ou 5 cores ? alguem deixou de entrar em fotopages ? e tudo mesmo layout ... e na boa se as mulheres padronizarem as calcinhas , vão deixar de..... a fala serio !!! coitado ate o Collor entrou nessa....

    abraços Luis

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  3. Comentários favoráveis a reorganização e a racionalização dos serviço, e tbm a padronização sequer passaram por aqui. Sejamos neutros e imparciais pelo menos.

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